terça-feira, 21 de julho de 2009

Jamais Esquecer




Esquecer é a pior forma de desaparecer. Aquilo sobre o que ninguém fala, escreve, canta ou celebra em seus ritos, deixa de existir. Um homem pode morrer, mas se seus descendentes guardam a memória de sua vida, de alguma forma ele sobrevive. Porém se todos esquecem, então ele morre definitivamente.
Toda arte é um esforço de imortalidade. Os desenhos anônimos nas cavernas habitadas por nossos ancestrais ou o afresco de Michelangelo no teto da Capela Sistina, no Vaticano, são o mesmo gesto de expressar-se às futuras gerações. O que se grava na pintura, na literatura, na fotografia, no vídeo ou no filme é sempre uma projeção biográfica de nossa curta existência biológica.
A memória é a mais subversiva arma de resgate. Disso sabem os psicanalistas, que aprenderam com Freud que, por sua vez, aprendeu com a tradição judaica. Só se apreende o presente trazendo à tona as suas raízes – o passado -para melhor produzir seu fruto – o futuro. (Frei Betto)

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