quarta-feira, 22 de julho de 2009

Escola de Artes e Costura

Dona Noemia dos Anjos Ramos dirige desde 1963, a Escola de Artes “Senador Jose Ermírio de Moraes”. São trinta e sete anos dedicados aos seus alunos e a arte e, conforme o que se comenta, e dificil achar em Votorantim alguém que goste de arte que não tenha sido aluno da d.Noemia. Sua família veio para Votorantim por um desses acasos do destino. Seu pai, Jose Antonio Ramos Monteiro, emigrava de Portugal e fora inicialmente para Manaus, vindo, depois, residir no Rio de Janeiro com toda a Família. Um dia, ele cruzou com o seu Moraes, seu amigo. Foi a maior surpresa. Depois das festas e dos abraços o seu Moraes lhe perguntou o que fazia no Rio. Antonio Ramos lhe contou que estava desempregado e que viera ver se arrumava alguma ocupação. Seu Moraes que outro não era que Jose Ermírio de Moraes, lhe disse: “Pois, então, já estas empregado, você e toda a sua família lá em Votorantim.” E assim foi que eles vieram para cá, e toda a família começou a trabalhar na fabrica onde d. Maria Amélia iniciou como telefonista. Um dia, a mãe de d.Maria Amélia, conhecendo a habilidade manual de sua filha, lhe sugeriu que colocasse na janela um papel escrito “Ensina-se Costura”. Ela o fez e logo as alunas começaram a aparecer. Este foi o inicio do que viria a se tornar a Escola de Artes, que foi fundada em 21/10/1935 por d. Maria Amélia. De acordo com as informações de sua irmã d. Noemia, a escola, na época freqüentada pelos filhos dos chefes da fabrica de tecidos pois o material utilizado nas aulas era caro. A população era muito pobre e não poderia arcar com essa despesa. Para se ter uma idéia, a maioria das pessoas não tinha nem sapato: andava descalça ou de tamancos. Era cobrada apenas uma pequena taxa para cobrir a manutenção da escola. Suas primeiras alunas foram: Jurema de Campos, Ada Valentini, Guiomar Camolesi e suas irmãs, entre muitas outras. A Escola funcionava das 13 as 18h e havia aulas de pintura a óleo, corte e costura, tricô, Crochê e artesanato em geral. D. Maria Amélia, que se tornou Picollotto pelo seu casamento, continuou a dirigir a Escola ate 1963 quando esta passou a ser dirigida por sua irmã, d.Noemia dos Anjos Monteiro, que continuou a ministrar com desvelo as aulas de artes. D. Maria Amélia, enquanto a vista lhe permitiu, aceitava todos os anos o convite para enfeitar com suas flores, artisticamente elaboradas, os andores que saiam nas procissões da cidade. Em 1982, na gestão do Prefeito Erinaldo Alves da Silva, a sua Escola passou a ser municipal. Em 1998, d. Noemia aposentou-se, mas continuou ministrando aulas de artes. Mas os tempos estavam difíceis e a quantidade de alunos minguava. Sabendo das aflições de D.Noemia, e em reconhecimento a sua dedicação e a sua força que não se deixa abater, o Grupo Votorantim, através do dr. Roberto Muraro Delanhesi, reformou a casa da rua Asdrúbal Nascimento, 228, no Bairro da Chave, que lhe foi cedida em comodato vitalício.
De 1955 até 1958, a Conferência São João Batista se reunia nas dependências da Escola de Pinturas e Bordados de Dona Maria Amélia.

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