sexta-feira, 23 de abril de 2010

SSVP completa hoje 177 anos

A Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) está em festa. Não só pela realização da Romaria Nacional, mas porque hoje (23), a entidade completa 177 anos.A ideia de criar uma associação de caridade partiu de Frederico Ozanam que, logo, contou a proposta ao amigo Le Taillandier. O compromisso de ajudar o Pobre foi ganhando novos adeptos. Atualmente, são 700 mil membros no mundo, divididos em 143 países.
BRASIL
O Brasil tem 250 mil vicentinos, divididos em 20 mil Conferências. A SSVP possui 2 mil obras unidas e beneficia 1.200.000 pessoas.
Acompanhe abaixo o diálogo inicial de Frederico Ozanam e Le Taillandier, no ato de fundação da entidade

Não temos que ter medo, sempre há possibilidades!

Quatro elementos herdados dos fundadores:

- Nunca desistir (Ozanam não desistiu diante da interpelação de Auguste)

“Nossos debates são batalhas de palavras, declara Le Taillandeier sem rodeios. Você falou bem, Frederico, mas já é hora de passar aos atos, não lhe parece? É preciso acordar, arrastar os outros, Clavé, Lamache, enfim, os que manifestaram o desejo de fazer alguma coisa...”

Cabeça baixa, os dois homens se comprometem, no vento frio deste início de abril. A rua está deserta, e o clarão vacilante dos lampiões de gás confunde numa só suas sombras desmesuradas; dir-se-ia um gigantesco fantasma.

“Você tem razão, afirma Ozanam. É preciso que permaneçamos juntos. Já lhe falei desta vasta associação generosa com que há muito tempo sonho e que nos daria a possibilidade de pôr em prática nosso catolicismo...

- Hoje, esta vasta associação generosa não contaria entre nós com mais de cinco ou seis adeptos; é preciso ser realista, Frederico.

- Pouco importa, responde Ozanam, animado. Poderíamos formar o núcleo de uma associação caritativa, reunir-nos com freqüência, visitar os pobres. Mais adiante, dividir-nos em pequenos grupos...

- Ajuda dos adultos (Bailly)

- O pai Bailly, sem dúvida, poderia ajudar-nos”, acrescenta Augusto.

- Amizade (os fundadores e sua amizade)

Mas Frederico não o ouve mais; continua sua idéia.

“Há muitas conferências de direito, de medicina, de literatura, exclama Ozanam; por que não fazer uma conferência de caridade? A caridade é o vínculo por excelência para cimentar a amizade. Amanhã procuro Bailly e falo disto a Lallier... talvez pudéssemos despertar o interesse de Clavé para os nossos projetos?”

- “Sem dúvida, diz Le Taillandier. E eu vou falar com Devaux e Lamache.”

Já haviam chegado ao pequeno hotel onde morava Frederico, na rua des Grès. Augusto morava ali perto, alguns quarteirões mais adiante.

“Vamos entrar, diz Frederico. Uma escalada de seis andares, isto é bom para você se aquecer, meu velho...

- Obrigado, mas já é tarde.

- Oração (oremos pela nossa pequena obra)

- Então, até amanhã, diz Ozanam, estendendo-lhe a mão. Não se esqueça de rezar por nossa pequena sociedade...

- Boa noite, senhor Fundador, responde Augusto com a maior seriedade. Não deixarei de fazer isto.”

Frederico sobe rápido os quatro degraus do patamar; imediatamente depois desce outra vez e corre para seu amigo. Pega-lhe o braço, olha-o nos olhos: “Diga-me que você está feliz, Le Taillandier. NÓS PASSAMOS AOS ATOS...”
Fonte: OZANAM um sábio entre os pobres
Madeleine Des Rivières
p. 40 e 41

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